22 agosto 2016

Que se chama amor

Que a gente se encontre. Mais uma vez. E mais uma. E mais uma. E tantas outras que os números não consigam nem mensurar. Que 900 trilhões sejam pouco: que você sorria mais. Para o mundo, para cada dia que passa, para cada dia que vem. Para mim. Que sorria na minha boca. Assim, meio sem avisar, fazendo os meus lábios sentirem seus dentes úmidos e boicotando aquele beijo que a gente geralmente ensaia quando o silêncio irrompe.
E que a gente saiba lidar com ele. Sem achar que silêncio seja, necessariamente, monotonia. Sem ignorar que, enquanto nossos olhos dançam um sobre o outro, é o silêncio que reina. Entendendo, enfim, que silêncio confortável é o verdadeiro sinônimo de intimidade. Que do nosso amor a gente não tenha dúvidas mesmo no silêncio. Porque amor pode ser declarado em uma expressão de três palavras e sete letras. Mas vale muito mais quando você se preocupa com o meu prazer. E em saber como foi o meu dia. E em me deixar confortável até mesmo em meio a um lamaçal. E quando você me acha linda logo depois de acordar, descabelada e com a cara amassada.
E falando em acordar, que eu possa continuar sendo a espectadora privilegiada do maior espetáculo que esse planeta Terra há de comportar: você acordando. Aquela dificuldade mortal de abrir os olhos mais lindos que os meus já cruzaram. Aquela manha, aquela preguicinha que nem vinte litros do mais poderoso café espantariam em menos de vinte minutos. Aquele sorriso indescritível que você dá quando percebe que acordou ao meu lado. Que a gente vá para o Caribe. E para a Tailândia. E para Maragogi. E para a lua. Mas que nenhum lugar desse mundo seja melhor do que o seu corpo quente. E magrinho e pequeno. Que a gente se apaixone um pelo outro todos os dias. Mesmo quando a gente discordar. Mesmo quando você estiver de camiseta furada. Mesmo que eu estiver num daqueles dias de tpm, mal humorada.
E se é utópico pedir que a gente nunca brigue, que pelo menos isso nunca aconteça numa segunda de manhã, quando a gente, invariavelmente, já está mais triste por ter que ir embora. Mesmo sabendo que a gente se gruda de novo dentro de poucos dias. Em abraços, beijos e carinhos sem fim, em tardes preguiçosas debaixo de um cobertor, em noites por algum bar.
E que essa ainda seja a primeira página de um caderno com mais incontáveis páginas em branco. Que é pra gente escrever, a quatro mãos, a história que a gente quiser. Sem fadas, sem lobos-maus, sem chapeuzinhos. Mas com muito eu, com muito você, com muito nós. Com muito mais dessa coisa gostosa. Que se chama amor.

1 mês e 22 dias

16 agosto 2016

Saudade é amor

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E o ano de 2016 acaba de começar. Mais bonito, mais intenso, mais feliz, mais amor. Não tem como, eu sempre volto aqui quando é pra falar de amor. Magro, cabelo baixo, algumas tatuagens, mais alto que eu, olhos claros, dono do beijo mais vicioso que já pude experimentar. Esse é o amor mais recente que vem batendo na porta da minha vida. Ele mesmo, que fisgou meu coração tão rapidamente que eu não tive a opção de escolher não me jogar nesse abismo. Fui obrigada e to flutuando até agora. Quando eu vi já estava amando, sonhando e desejando o tempo todo ao meu lado. A saudade vem em poucos segundos depois de se despedir. E aparece em sonhos, é lembrado no meio de uma conversa, sem querer, quando o pensamento vai longe em busca dele. O abraço se torna infinito, o melhor lugar do mundo. O cheiro que não sai da roupa, da pele, da cabeça. É a sensação boa de quando o vento bate e trás junto o cheiro bom do seu corpo. Fecha os olhos e lembra do beijo, aumentando mais a saudade. A mensagem de "bom dia" se torna a mais esperada do dia, a que te arranca sorrisos e eleva o sentimento. A forma carinhosa de se tratar se torna intensa. É quando os olhos já se entendem e se aceitam. O dormir juntos se torna o melhor momento do dia. O prazer que proporciona, a vontade do seu sexo, o encaixe, as palavras durante e pós esse momento vão se solidificando e se repetindo mais em voz alta e calma no coração. E a saudade agora, aumentando, ao precisar pensar em você pra escrever tudo isso. Se isso não for amor, o que mais pode ser? Que saudade. Te sigo esperando todos os dias.

1 mês e 15 dias