Esta é a tradução do texto de Jeff Goins,
publicado originalmente no site Converge Magazine,
traduzido por Ana Campos e compartilhado por Sara Martinez,
retirado por mim do blog de Talita Ribeiro. Eu amei e vou publicar aqui no blog uma parte do texto com adaptações minha. Após uma viagem incrível que tive sábado passado, tenho pensado bastante sobre a próxima e já coloquei isso como prioridade de vida.

"Enquanto escrevo isso, estou voando. É uma
coisa incrível: estar suspenso no ar, se movendo a 2000 milhas por hora –
enquanto leio uma revista. Incrível, não é?! Enquanto me sento,
esperando a aeromoça trazer o meu lanche, estou pensando sobre porque viajo. Na
noite anterior, eu me lembrei porque faço isso – porque acredito que viajar faz
valer a pena todos os desafios. Estava fazendo uma viagem de missão em Porto Rico. Depois de um
dia de trabalho, enquanto dirigíamos de volta para a igreja, uma das jovens
levantou uma questão: Você acha que eu deveria fazer faculdade ou me mudar para
África? Não acho que ela estava falando comigo. Na realidade, tenho certeza que
ela não estava. Mas isso não me impediu de dar minha opinião. Eu disse para ela
viajar. Sem desculpas. Apenas vá. Ela suspirou, balançou a cabeça e disse: “É,
mas…” Eu já escutei esta desculpa antes e não a aceito. Conheço muito bem o “É,
mas…”. Já o pronunciei muitas vezes. Estas palavras parecem inocentes, mas são
fatais. É, mas… E as dívidas? E meu
trabalho? E meu namorado? Essas frases são letais. Parece que temos as melhores
das intenções, quando, na verdade, estamos muito assustados para fazer o que
devemos fazer. “É, mas…” é uma permissão para sermos covardes, parecendo
nobres. A maioria das pessoas que esperam para viajar o mundo, nunca o fazem.
Por outro lado, muitas pessoas que esperaram para fazer uma pós-graduação ou
conquistar um emprego estável, conseguiram após terem viajado. Isso me fez
lembrar o Dr. Eisenhautz em um vestiário masculino. Dr. Eisenhautz era um
professor alemão da minha faculdade. De
alguma forma, mencionei que eu e um amigo estávamos fazendo academia há um
tempo, três vezes por semana. “Ótimo”, Dr Eisenhautz repetiu. E então, ele
soltou uma das coisas mais profundas que eu já escutei na minha vida: “Os
hábitos que se formam na juventude estarão com você para o resto de sua vida.” Virei
a cabeça, arregalei os olhos e olhei para ele, deixando as suas palavras
mergulharem em minha mente. Ele acenou com a cabeça, disse um tchau rouco e
saiu. Eu estava surpreso. Essas palavras ecoaram em minha mente pelo o resto do
dia. Mesmo após anos, elas ainda me assombram. É verdade – os hábitos que você
forma na sua juventude, provavelmente, irão te acompanhar para o resto de sua
existência. “Nós somos aquilo que fazemos
repetidamente”, Aristóteles disse uma vez. Eu não quero parecer muito
melancólico e acredito que sua vida pode se transformar a qualquer momento, mas
há uma lição importante nesta frase: a vida é o resultado de hábitos
intencionais. Então, decidi fazer as coisas que eram mais importantes para mim
em primeiro lugar, não por último. Depois de me formar na
faculdade, entrei para uma banda e viajamos pela América do Norte durante nove
meses. Tocamos em escolas, igrejas e prisões. Até passamos uma mês inteiro em
Taiwan fazendo uma turnê (éramos famosos). Por conta do nosso baixo orçamento,
costumávamos ficar na casa de algumas pessoas. Durante o jantar ou em alguma
conversa no final da noite, sempre surgia a declaração que eu temia. Como
estávamos conversando sobre a vida na estrada – os desafios de longos dias
enfiados em uma van – alguns adultos bem-intencionados diziam “É ótimo que
vocês façam isso… enquanto ainda são jovens”. Ai. Essas últimas palavras –
enquanto vocês ainda são jovens – parecia que esmagavam limões nos meus olhos
(aliás, essa é uma sensação que eu já senti). Elas cheiravam a lamentação de
meia-idade. Odiava aquela frase. Eu queria responder: “Não, isso NÃO é ótimo
enquanto ainda sou jovem! Isso é ótimo pelo resto da minha vida! Vocês não
entendem. Isso não é algo que estou fazendo para matar o tédio. Isso é o meu
chamado! Minha vida! Eu não quero o que vocês querem. Serei sempre um
aventureiro.” Em alguns anos, entrarei na casa dos trinta. Hoje percebo como eu
estava errado. Apesar da conotação negativa daquelas palavras, havia sabedoria
nelas. Quando envelhecemos, a vida nos cobra. Independente do que fazemos,
sempre teremos mais responsabilidades, dívidas, mais obrigações. Isso não
é só ruim. Na verdade, em muitos casos isso é muito bom. Significa que você
está influenciando pessoas, deixando um legado. A juventude é um momento de
fortalecimento. Você começa a fazer o que quiser. Quando amadurecer e ganhar
novas responsabilidades, você tem que ser muito sábio e não perder de vista o
que é realmente importante. A melhor maneira de fazer isso é focar e investir
em sua vida, para que você possa definir quem será em seus últimos anos.
Eu escolhi viajar. Não para ser
um turista, mas para descobrir a beleza da vida – para me lembrar que não estou
completo.
Não há nada como
andar de bicicleta em frente à Golden Gate Bridge ou ver o Coliseu ao pôr do
sol. Eu gostaria de poder pintar um quadro para você saber como são incríveis
as montanhas da Guatemala, ou como é demais aparecer em um programa da TV
italiana. Mesmo as fotografias que tenho de Niagara Falls e nos campos do
meio-oeste americano, não fazem justiça a essas experiências. Eu não posso te
dizer quão bonito é o sul da Espanha visto a partir da janela de um trem, você
tem que experimentar. Só vendo para acreditar. Enquanto você é jovem, deve
viajar. Você deve ter tempo para ver o mundo e experimentar a plenitude da
vida. Passe uma tarde sentado em frente ao Michelangelo. Ande pelas ruas de
Paris. Escale o Kilimanjaro. Percorra a trilha dos Apalaches. Veja a Grande
Muralha da China. Quebre o seu coração pelos “campos de morte” do Camboja. Nade
através da Grande Barreira de Corais. Estes são os momentos que definem o resto
de sua vida, eles são as experiências que ficarão com você para sempre. Viajar
muda a sua vida como poucas coisas podem mudar. Viajar vai te colocar em
lugares que te forçarão a pensar em questões muito maiores. Você vai começar a
entender que o mundo é, ao mesmo tempo, muito grande e muito pequeno. Você terá
mais respeito pela dor e sofrimento, visto que dois terços da humanidade lutam
para simplesmente garantir uma refeição a cada dia. Enquanto você ainda é
jovem, ganhe cultura. Conheça o mundo e as pessoas maravilhosas que nele vivem.
O mundo é um lugar deslumbrante, cheio de obras de arte. Veja. Você não vai ser
sempre jovem. E a vida não será sempre apenas sobre você. Então, viaje, jovem.
Experimente o mundo. Torne-se uma pessoa de cultura, aventura e compaixão.
Enquanto você ainda pode. Não desperdice esse tempo. Você nunca vai tê-lo
novamente. Você tem uma oportunidade crucial para investir na próxima temporada
de sua vida. Tudo o que você semear, colherá. Os hábitos que formamos nessa
fase, ficarão com você para o resto de sua vida. Então, escolha sabiamente
esses hábitos. E se você não é tão jovem como gostaria, viaje mesmo assim. Pode
não ser fácil ou prático, mas vale a pena. Viajar permite que você se sinta
mais ligado aos seus companheiros, aos seres humanos, de uma forma profunda e
duradoura. Em outras palavras, viajar te torna mais humano.
Isso é o que as
viagens fizeram por mim.